De acordo com especialistas, o setor elétrico pode esperar mudanças significativas no cenário pós pandemia desde uma modernização a novos marcos regulatórios que beneficiam o mercado livre de energia.
A pandemia do Covid-19 afetou o mundo inteiro, incluindo o setor elétrico. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a queda global no crescimento do setor foi de, em média, 5% ao ano. Estima-se que o meio energético tenha tido prejuízos de pelo menos R $6 bilhões.
No Brasil, o setor elétrico sofreu diversos impactos além das reduções de crescimento como: menor consumo de energia, queda na arrecadação financeira das empresas distribuidoras de energia e maior renegociação de contratos, o que causou instabilidade nos projetos.
Na tentativa de resolver essa situação, o Governo realizou uma série de medidas. Uma delas foi a criação da Conta Covid, no valor de R $14,8 bilhões, para dar um alívio financeiro às empresas distribuidoras. Com o fôlego recuperado, o país se encontra em um cenário positivo para uma recuperação lenta. O Ministério de Minas e Energia acredita que a modernização do setor elétrico deve contribuir positivamente com o país no pós-pandemia.
A modernização do setor elétrico é uma reforma que visa atualizar práticas e regras que tem como objetivo tornar o setor mais tecnológico e próximo das tendências mundiais dos 3D ‘s: digitalização, descentralização e descarbonização. A digitalização consiste na chegada de novas tecnologias no setor elétrico, como as redes inteligentes (smart grid), um conjunto de equipamentos mais econômico e funcional para o funcionamento da rede de energia elétrica. A descarbonização é a migração de fontes fósseis para renováveis, diversificando a matriz energética, que já leva ao terceiro conceito de descentralização que consiste na produção de energia junto aos consumidores finais, em usinas menores, descentralizando a energia de grandes usinas centrais.
Para além da modernização, é esperado algumas mudanças significativas no setor, como a privatização de algumas estatais (a Eletrobras é um exemplo). Além disso, novos marcos regulatórios, como o Projeto de Lei nº 232/2016 que foi aprovado recentemente, abrem caminhos para a expansão do mercado livre de energia e permite a portabilidade da conta de luz entre as distribuidoras, o que pode trazer vantagens financeiras para o consumidor.
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